The Great Gatsby: onde o filme errou nas roupas de 1920?

O filme "The Great Gatsby" (2013), dirigido por Baz Luhrmann, é um verdadeiro banquete visual, repleto de brilho, franjas e vestidos deslumbrantes que evocam a Era do Jazz.

No entanto, o figurino do filme, assinado por Catherine Martin, opta por uma glamourização exagerada da moda dos anos 1920, deixando de lado algumas nuances históricas da época. Vamos explorar os acertos e os exageros da produção e como a moda real da década de 1920 se apresentava.

A glamourização da era Jazz: o que o cinema exagerou?

O filme captura brilhantemente o espírito festivo dos “Roaring Twenties“, mas exagera na intensidade dos looks. Enquanto a moda real da década trazia uma sofisticação mais contida, com silhuetas retas e tecidos fluidos, “The Great Gatsby” opta por visuais mais estruturados e carregados de ornamentação. A realidade da moda da época era menos opulenta do que a representada na telona.

Flapper fashion: realidade vs. exagero

O icônico estilo das “flappers” é um dos elementos centrais do figurino do filme. No entanto, ao contrário das versões cinematográficas com franjas e pedrarias excessivas, os vestidos reais das flappers eram mais minimalistas, com corte reto, cintura baixa e tecidos leves como o crepe e o chiffon. As franjas, quando presentes, eram usadas de forma mais sutil e estratégica, e não como elemento central do look.

Acessórios: muito, mas faltando o essencial

Os diademas e penas exuberantes em “The Great Gatsby” criam uma imagem memorável, mas as mulheres da época apostavam mais em chapéus cloche e tiaras discretas. Os colares longos de pérolas eram, sim, um item icônico, mas os exageros da produção tornam o visual mais teatral do que histórico.

Moda masculina: a elegância simples dos anos 20

No filme, os trajes masculinos ganham um toque de exagero hollywoodiano. Na vida real, os ternos da década de 1920 eram bem cortados, mas geralmente em tons neutros e acompanhados de gravatas simples. O figurino de Gatsby no filme, com tecidos mais pesados e cortes dramáticos, difere da sobriedade e funcionalidade que caracterizavam a moda masculina da época.

Jay Gatsby: o excesso de riqueza no vestuário

O personagem de Leonardo DiCaprio ostenta ternos de veludo, coletes sofisticados e ações de figurino que o tornam um personagem cinematograficamente deslumbrante. No entanto, os homens da elite de 1920 preferiam um visual mais discreto e refinado, sem tantos detalhes chamativos.

A verdadeira silhueta feminina da época

Enquanto “The Great Gatsby” retrata vestidos luxuosos que valorizam a feminilidade, a moda da época era revolucionária justamente por se distanciar dos espartilhos e enfatizar um formato mais reto e fluido. O objetivo era eliminar curvas exageradas e criar uma silhueta mais livre e moderna.

Tecidos e texturas: o real vs. o cinematográfico

Na realidade, os tecidos mais populares da década de 1920 eram leves e práticos, como o crepe, cetim e chiffon. O filme, no entanto, aposta em veludos e pedrarias que, embora glamourosos, não eram comuns no dia a dia da moda daquela época.

O figurino de Daisy Buchanan: glamour em excesso

Daisy Buchanan, interpretada por Carey Mulligan, é retratada como uma musa da alta sociedade, sempre impecável e coberta de brilho. No entanto, as mulheres da sua classe social em 1920 usavam roupas de alta costura, mas com um luxo mais discreto, sem exageros de ornamentos e detalhes excessivos.

Conclusão: o que "The Great Gatsby" acertou e errou no figurino?

O figurino do filme “The Great Gatsby” é, sem dúvida, deslumbrante e envolvente, trazendo um glamour cinematográfico irresistível. No entanto, quando comparado à moda real da década de 1920, ele se afasta da autenticidade ao exagerar na ornamentação e nos detalhes. Ainda assim, a produção acerta ao capturar a essência da revolução da moda da época, que libertou as mulheres de espartilhos e deu lugar a uma nova expressão de estilo e independência.

Se você ama moda e história, vale a pena assistir ao filme com um olhar crítico e perceber como o cinema muitas vezes reinterpreta a realidade para criar um efeito mais dramático e encantador.