Por Wallace Rezende
Reconhecida mundialmente pela qualidade de suas canetas de tinteiro, a Montblanc é uma grife histórica, fundada em 1906. Suas peças estão nas mãos de pessoas como Hugh Jackman, Ernest Hemingway e Barack Obama. Hoje vamos comentar um pouco do que faz a Montblanc um ícone do mercado e trazer maiores detalhes a respeito de todo o valor agregado aos produtos.
Se você já ouviu, viu ou usou um produto Montblanc, certamente já tem para si alguns conceitos: a qualidade do material, a aparência clássica e atemporal, assim como a alta durabilidade de tudo o que a marca produz.
Que tal aprofundar um pouco mais seus conhecimentos sobre a Montblanc, e perceber que ela vai muito além de uma mera marca de produtos de luxo, mas uma empresa capaz de moldar a percepção dos consumidores.
No começo do Século 20 o mundo estava em constante mudança. Dia após dia, criações eram publicadas, marcas nasciam, inovavam, e o mercado efervescia. Foi nesse momento de ampla concorrência, de um milagre econômico de inauguração da indústria que a Montblanc surge.
A definição da marca em seus primeiros anos de atuação era: “canetas tinteiro manufaturadas em ouro e de alta classe”. À época, eles ainda não eram conhecidos como Montblanc, mas como Simplo Filler Pen Co., uma referência ao estilo simplista das canetas, que se vê presente em alguns modelos até os dias atuais.
Só em 1910 a Montblanc foi oficialmente registrada com o nome que é conhecida até hoje, inspirada na montanha mais alta da Europa. O nome é uma referência direta ao alto valor dado à qualidade pelos criadores da empresa. O emblema, simples, moderno e icônico também nasceu nesse momento – uma estrela branca, representando o topo nevado do Mont Blanc.
Até os anos 60, a marca caminhou de forma sólida, lançando modelos de canetas icônicos, além de bolsas, cadernos e outros produtos do dia a dia, seguindo a tendência das grifes de expandir o catálogo de produtos, recobrindo os novos itens do manto de confiabilidade previamente construído pela marca. Foi no Pós-Guerra que uma Montblanc foi vista nas mãos do Presidente Kennedy, fixando a marca enquanto um ícone cultural.
Foi nos anos 80 que a Montblanc viu suas vendas subirem exponencialmente, ingressando ao universo da arte, da cultura, da literatura, do ballet e da música. Com o crescimento nacional e internacional, a empresa iniciou sua expansão mais agressiva rumo ao mercado asiático, que nos anos 90 vivia um crescimento impressionante.
Até hoje, esse crescimento se vê presente, já que são mais de 400 lojas em mais de 70 países, dando à Montblanc o papel não só de empresa, como de entidade de influência internacional. Não é à toa que a marca fez uma parceria com a UNICEF, a fim de promover a importância da palavra escrita.
Quando a Montblanc traz seus modelos como ferramentas ideais para a arte de escrever, a marca não faz uso de jargões comerciais, mas de um fato. Num momento onde a sustentabilidade e a luta contra a descartabilidade está em alta, os Designs atemporais da Montblanc são exatamente o que o mercado precisa.
Tendo criado e introduzido o formato de torpedo nas canetas, as Montblancs são confortáveis de segurar, feitas com material durável e de alto valor, indo do ouro à platina, resina e ligas metálicas únicas. Para completar suas características, a Montblanc pode acompanhar um usuário por toda a vida, já que seus tinteiros são retornáveis e podem ser reutilizados por muitos anos, sem a menor necessidade de reparos.
E quando a necessidade de reparo surge? Basta recorrer a uma Montblanc e fazer uso de sua garantia ou opções de reparo. A grife está presente em todo o mundo, tal qual comentamos, e não será problema algum encontrar um stand em suas viagens.
Alguns dos debates levam a acreditar que esse tipo de fenômeno está associado a uma proximidade entre o produto e o representante absoluto do que a ideia dele seria em nossas mentes. Uma bolsa Louis Vuitton estaria tocando no arquétipo ideal do que uma bolsa deveria ser idealmente, a essência daquilo que imaginamos quando pensamos em “bolsa”. Isso causa uma admiração, uma sensação de que esse é o template, o projeto no qual as demais variações se inspiram.
É nesse mesmo raciocínio que vemos implantada a ideia das Montblanc. Tendo trazido ao mercado uma série de princípios que foram estabelecidos enquanto essenciais para canetas duráveis e luxuosas, a marca se tornou um ícone, um marco.
Montblanc é atemporal, porque ela se porta como o molde, a inspiração, a ideia do que uma caneta deve ter. Utilidade, longevidade, personalidade e valor agregado. Não somente a marca preenche todos os requisitos, como criou os mesmos.
Diferente de muitas canetas luxuosas que têm um foco evidente no público masculino, a Montblanc vem ao mercado desde o seu nascimento com 5 tamanhos diferentes de peças. Essas que podem ser testadas na loja para que se possa perceber qual o peso ideal para as suas mãos, a circunferência que causa maior conforto e assim por diante.
Outro ponto a considerar no momento da aquisição certamente é o material. A Resina Preciosa da Montblanc é vastamente conhecida e oferece um grande conforto às mãos, mas existem ainda opções como o revestimento metálico ou em ouro. Ainda existem opções adornadas com pedras e outras decorações que podem ser do seu gosto pessoal ou não.
Com uma breve pesquisa na internet, você é capaz de encontrar diversos estilos Montblanc, como pontas retráteis ou tipo pena, esferográficas, fineliners, assim como a caneta icônica da marca – a Meisterstück. Você a conhece?
Pais não têm favoritos, mas empresas podem ter projetos de maior orgulho. Quando falamos da Montblanc, se não a preferida da marca, ela é certamente uma das. Com seu aspecto que mistura a utilidade das canetas com a qualidade de acessório, as Meisterstück é conhecida como “power pen”, por ter sido usada na Bolsa de Valores de forma ritualística ao assinar transações com cifras acima dos milhões ou bilhões.
Criada em 1924, a Meisterstück foi uma verdadeira revolução, uma peça realmente inovadora. Sendo do tipo pena e com design clássico, foi rapidamente reconhecida pelo mercado enquanto modelo ideal, lembrando um pouco o debate filosófico que trouxemos à tona logo acima.
Após o lançamento, a caneta foi parar no MoMA, em Nova York, sendo reconhecida até hoje como um símbolo artístico, algo a ser celebrado, uma criação surreal, que foi capaz de alterar o que conhecemos por caneta,
A Montblanc, além do constante esforço em manter suas canetas em voga, também procura lançar apoio a diversos artistas, doando parte da renda da empresa para músicos, investindo em festivais de música, comprando obras de arte e preservando-as no escritório da empresa por alguns anos, e depois doando ao Museu Contemporâneo de Hamburgo.
Esse tipo de iniciativa hoje é aplaudida, assim como requisitada pelos consumidores. Com um público cada vez mais crítico do acúmulo de renda, iniciativas como essa de preocupação com a cultura é uma forma de manter marcas como a Montblanc do lado certo da história.
Anualmente, artistas de todo o mundo se inscrevem no programa de apadrinhamento da marca, e o anúncio dos projetos escolhidos é sempre esperado com grande animação e ansiedade. O cachê varia bastante de projeto para projeto, mas a ajuda dada pela Montblanc vai além do quesito filantrópico, mas também se torna produto e lucro para a empresa.
Muitos dos artistas financiados pela marca, acabam realizando edições exclusivas de adornos para os produtos Montblanc. Esses itens de edição limitada acabam gerando ainda mais relevância, tanto para o artista quanto para os já desejados itens da empresa.
Os impactos que a Montblanc tem na cultura vão muito além dos projetos que ela instaura, se infiltrando na forma que as pessoas se enxergam, na moda e na estética como um todo. Ainda que o carro-chefe da marca sejam as canetas tinteiro, a linha de produtos é extensa e vai de relógios a óculos, perfumes a joias, artigos em couro a trolleys.
Essa tendência foi debatida no livro “A Estetização do Mundo”, de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. No material, os filósofos comentam sobre essa tendência das grifes de se expandirem aos mais diversos mercados, explorando os limites de sua estética, de seu conceito.
Podemos ver a materialização dessa teoria na maior boutique da Montblanc, que fica em Pequim. Tendo sido inaugurada em 2012, ela é composta por diversos ambientes que ocupam quatro andares de um prédio. Aqui, se explora um conceito interativo entre arquitetura, decoração e a estética Montblanc. Aqui, os visitantes podem ter uma experiência de completa imersão, e ver um pouco do que faz Montblanc, Montblanc.
O clássico costuma ser muitas vezes associado ao antigo, distante da tecnologia. Mas, assim como a Montblanc revolucionou conceitos no passado, continua a fazê-lo hoje, trazendo o aspecto clássico de seus produtos, com as facilidades e as inovações dos dias de hoje.
Além de incorporar em suas canetas tudo o que há de mais recente no que diz respeito às novas tecnologias de materiais, vemos novos e icônicos produtos serem lançados sob o manto da marca. Aqui queremos puxar o gancho para o Augmented Paper, um conceito que já foi trazido ao mercado por muitas marcas, mas aperfeiçoado e incorporado pela Montblanc de forma exemplar.
Com um caderno de notas feito em couro e folhas reutilizáveis, o Augmented Paper é muito mais que um caderno, mas também um software, uma parte de um organismo de escrita. Com ele, você é capaz de escrever até 100 páginas livremente, e com o simples toque de um botão, toda a sua produção é digitalizada e enviada ao seu iPad ou tablet.
O programa da Montblanc ainda permite que edições sejam feitas diretamente no material, garantindo que o produto final seja exatamente o que você deseja. Simplicidade e compromisso com a qualidade – traços claros da Montblanc.
Se após essa leitura você sentiu que adicionar uma Montblanc ao seu escritório é uma boa ideia, saiba que é possível personalizar a sua caneta diretamente com a marca, gravando inscrições tanto na tampa quanto no clipe. É possível inserir até 13 letras em 3 fontes diferentes.
Com sua Montblanc em mãos, você terá um item de distinção, um verdadeiro símbolo utilitário, que lhe acompanhará por anos. E a Montblanc é um pouco sobre isso: Luxo Útil, algo que lembra o requinte, a maestria, a excelência e a durabilidade, a unicidade. Uma Montblanc pode ser facilmente reconhecida, mesmo dentre diversas cópias. Basta procurar pela estrela branca com 6 pontas perfeitamente curvas, a resina que reflete brilhos castanhos, o número de série único para cada caneta, assim como a qualidade inegável da escrita.